De acordo com o estudo Índice de Confiança da consultoria Robert Half, que ouviu profissionais de recursos humanos, empregados e desempregados, 66% dos recrutadores valorizam mad skills ao analisar um candidato. Além disso, 17% destacam que elas podem ser ainda mais importantes quando relacionadas ao setor ou área atuação do entrevistado.

O assunto ganhou relevância nos últimos anos na Europa e entrou na mira dos recrutadores brasileiros. Por trás dessas atividades, é possível identificar características de comportamento, personalidade e capacidades, que podem ser transferidas para o ambiente de trabalho.

Hard, soft e mad skill: qual a diferença?

É importante esclarecer que as mad skills não são a mesma coisa que soft skills. Enquanto as hard skills representam competências técnicas adquiridas por meio da educação, como graduação, pós-graduação e especialização, as soft skills referem-se a habilidades socioemocionais. São exemplos a empatia, a escuta e a resiliência, entre outros aspectos comportamentais.

Já as mad skills estão relacionadas a particularidades que podem fazer um profissional se diferenciar de alguma maneira. Não à toa, se traduzida, a expressão seria algo como “habilidades incríveis” ou “habilidades fora de série”. Entre elas, estão esportes, artes, voluntariado e viagens. Todos partem de uma escolha individual, inspirada pelo interesse próprio do participante.

Faz aulas de teatro? Você pode ter facilidade para comunicar e conduzir apresentações. Prefere corrida? Isso pode indicar que você tem persistência e foco em objetivos acima da média. Se seu hobby é a fotografia, é provável que esteja acostumado a buscar soluções com criatividade, seja atento a detalhes e observador. Já se o seu negócio é artesanato, você pode se destacar por sua paciência, concentração e capacidade de improvisar.

As mad skills sob o olhar dos recrutadores

Diante da alta competitividade do mercado de trabalho, os recrutadores ouvidos na pesquisa da Robert Half destacaram que as atividades extraprofissionais podem trazer vantagens para um candidato:

• indicam equilíbrio entre trabalho e vida pessoal (64%);
• revelam um profissional com habilidades complementares (57%);
• mostram interesse em autodesenvolvimento fora do ambiente profissional (56%);
• humanizam o candidato, tornando-o mais interessante (51%);
• fornecem evidências de habilidades de liderança (43%).

A pesquisa também considerou a opinião dos profissionais. Na visão daqueles que estão em busca de uma oportunidade, atividades como esportes, viagens, gastronomia, artes e voluntariado podem contribuir para ampliar o networking, explorar novas áreas de atuação, demonstrar dedicação e desenvolver competências escassas no mercado.

Já os profissionais que estão empregados destacam o aumento da criatividade e pensamento inovador, a capacidade de lidar com desafios e adversidades, aprimoramento da comunicação, aprendizado contínuo e desenvolvimento de competências de trabalho em equipe.

Quer mais motivos para ficar atento às mad skills?

As atividades praticadas no tempo livre têm grande impacto na sua performance no horário de trabalho. Quando realizadas regularmente e sem pressão, ajudam no relaxamento e reduzem o estresse. O convívio com um círculo de amigos fora do trabalho também é uma ótima forma de desenvolver ideias e perspectivas diversas das que nos apresentam no ambiente corporativo.

Ao reservar momentos para você e seu hobby, você exercita o autoconhecimento, seus pontos fortes e fracos, sem qualquer julgamento, e ainda pode desenvolver uma “válvula de escape” para a pressão e os problemas do dia a dia. Por fim, um hobby pode ser uma forma de fazer novas conexões, seja em cursos, eventos ou competições, desenvolvendo a sociabilidade.

Vale lembrar: o mundo do trabalho está em constante transformação e 23% das ocupações devem sofrer mudanças até 2027, segundo relatório do Fórum Econômico Mundial. Nesse contexto, as mad skills podem ser um diferencial para conquistar uma vaga disputada e evoluir sua carreira.

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